31 outubro, 2007

TPCs e contas de sumir

Reabriu a época de exames no Dragão. E como bom Stôr, o Prof. Jesualdo marcou já os TPC.

Tivemos assim ontem o TPC 1 - FCPorto x Leixões - onde ficou demonstrado, em campo, a afirmação que 'Para nós jogar bem, é ganhar!'. Para quem andava em busca da resposta ao dilema entre jogar bem ou ganhar, esta foi até já fornecida na primeira pessoa. Assino por baixo e subscrevo a actuação do Stôr.

O seu coração tem cada vez mais Dragão. Quer mais golos... ganhar por poucos, já não o satisfaz. O seu discurso é altamente motivador. Gere a turma com mestria e a exibição é melhor a cada jogo que passa. A turma está em crescendo e até já não falta, aqui e ali, um pouco de espectáculo.

Como TPC 2, temos 6ª feira pelas 20:30, o FCPorto - Belenenses.

Tornando-se cada vez mais difícil a auto-motivação da turma, terá que se tomar, para já, a bitola das 13 vitórias consecutivas da abertura de 1939/40. Cabe assim ao Stôr, a criação das motivações necessárias e de defender a sua turma de qualquer excesso de confiança por mais ténue que possa ser, tendo mesmo em conta o profundo abismo de valores entre o líder absoluto e as restantes equipas.

Além da melhor série de vitórias em curso, de realçar o melhor ataque, a melhor defesa, o maior nr. de jogos sem sofrer golos e até o melhor marcador. Mas, e como se costuma dizer, as estatísticas valem o que valem. Espera-se na recepção à turma de Belém, um Porto fino e perfeito.

E como TPC 3, voltam as quartas-feiras (embora desta vez na terça-feira, 06.11, 19:45) Europeias ao Dragão. Aqui já não deverá existir o problema da auto-motivação tendo em conta a amplitude da competição. Pede-se assim que se prove no campo aquilo que ficou no Vélodrome, apenas na retina. Os adeptos prometem Dragão cheio e apoio constante. Do Stôr e da sua turma, não esperamos menos que os 20 valores!!!

Entretanto a sul (onde a reunião do Conselho da Reitoria, que apresentava lucros, quase dava pró torto), o nível da matemática como disciplina nuclear deixa algo, senão muito, a desejar. Segundo afirmações do compatriota do Fucile, o FC Porto 'está um par de pontos à frente'. Que Pitágoras de Samos se levante da sua sepultura e aplique um bom correctivo ao autor de tal afirmação.

É corrente afirmar-se que é necessário um par para o tango, que mais que dois já são demais ou que mais de três é uma manifestação. Mas caramba, comparar 'um par' com oito não lembraria nem ao estudante com a nota mais baixa em tal disciplina.

Ou será que está já a contar com os anunciados 6 pontos de penalização?

Saudações,
Estilhaço.

ps - parece-nos que o dia 01 de Novembro está marcado com bolinha vermelha em todos os calendários dos 'invejosos e rídiculos' deste país... nós por aqui no blog "Bibó Porto, carago!", e porque também somos adeptos ferrenhos das festanças em tantas e tantas vitórias e conquistas do nosso FC Porto, temos de igual modo essa data do 01 de Novembro bem marcada nos nossos calendários, mas com uma bolinha de côr 'Azul Dragão' bem forte... querem saber o porquê? é só esperar por amanhã, o tal dia 01 de Novembro de 2007 e ficarão a saber tudo. Já falta pouco, tenham paciência!

O porquinho e os seus vândalos (pouco) amestrados


Vá lá seus vândalos, não sejam mauzinhos, deixem roncar o Sr. ‘Eu é que faço tudo bem”…

Noticia da Rádio Renascença… cliquem aqui para ouvir

Ouçam bem, mas bem mesmo, no vozeirão ‘depois do jantar’ do inigualável Manuel BibóBinho!


Pois pois, de facto… para eles, é mais FdP, menos FdP, que interessa isso?

FC Porto dá cartas e o resto é paisagem

‘Nortada' do Miguel Sousa Tavares

Como perder um jogo cientificamente.

Quando chega a hora da verdade, nos grandes palcos europeus, sem «Apitos Dourados» nem bocas por fora, o FC Porto dá cartas e o resto é paisagem.

1 - Se eu mandasse, os jogos do Benfica só duravam 80 minutos, porque é só a partir dessa altura que o Benfica os resolve, depois de habitualmente ter gasto o tempo até aí a mostrar-se incapaz de os resolver. Já vão três jogos consecutivos e seis esta época, resolvidos pelas águias nos últimos minutos dos desafios. Camacho não se pode queixar da sorte que tem tido e que falhou a Fernando Santos, mas tanta repetição também não pode ser atribuída só à sorte. De certeza que há mérito da equipa em acreditar e lutar até ao fim, e de certeza que há muito demérito dos adversários e respectivos treinadores, que, nesta altura dos acontecimentos, já deveriam estar mais do que avisados, preparados e concentrados para as terríveis pontas finais do Benfica. Na Luz, domingo passado, o Marítimo mostrou, todavia, que não trazia a lição estudada. Aliás, mostrou como é que se consegue tudo fazer para perder um jogo que se poderia ter ganho.

Até aos quinze minutos de jogo, o Marítimo tornou claro que, se ali havia alguma equipa que sabia jogar à bola, eram eles e não o Benfica. Uma, duas, três oportunidades e golo, perante um estádio gelado com a facilidade com que a sua «melhor equipa dos últimos dez anos» era passada a ferro pelo futebol envolvente dos brasileiros do Marítimo. Depois, Ricardo Fernandes teve um assomo de má consciência perante tanta falta de respeito e resolveu oferecer o empate ao Benfica. Nada que tenha abalado os seus colegas: continuaram a entrar pela defesa do Benfica adentro como quem entra em casa sua, e veio o penalty e a expulsão de Quim, que poderiam soar como a sentença de morte do Benfica — para o jogo e para o campeonato. Parece que Makukula resolveu cobrar o penalty à revelia de Lazaroni e, para quem o estava a ver na televisão, percebeu-se logo, pela sua expressão, que muito provavelmente iria falhar, como falhou. A partir daí, o Marítimo apostou que não iria ganhar o jogo: displicência no ataque, total incompetência na defesa, falta de ambição para ir decididamente em busca da vitória, face a um adversário cansado por um jogo europeu quarta-feira e pela inferioridade numérica. E depois de mais uma oportunidade negligentemente desperdiçada pelo ataque insular, o Benfica chegou à vitória no contra-golpe. Ficou demonstrado que os «grandes» são «grandes» porque dispõem de mais dinheiro e mais adeptos, mas não só: também porque os «pequenos» não se atrevem a tentar deixar de o ser.

Quanto ao Benfica, diz-se que está assente que vai às compras em Dezembro. Parece-me que tarde de mais para a Liga dos Campeões e, pelo que se tem visto, provavelmente tarde de mais também para o campeonato. A menos que o objectivo oculto de Camacho seja a disputa do segundo lugar com o rival do Campo Grande.

2 - O rival do Campo Grande atravessa uma série negra e deprimente, pela falta de estrutura competitiva que vem mostrando. A primeira linha é curta e vive de três ou quatro jogadores cujo rendimento determina o da equipa. Há «consagrados» (talvez depressa de mais), como João Moutinho, cujo futebol é previsível, repetitivo e sem rasgo; a segunda linha não existe e, tal como sucedeu com o FC Porto, os reforços da época foram um sonoro e indisfarçável fiasco. A diferença para o Benfica é que o Sporting não tem dinheiro para ir às compras em Dezembro e comprar por comprar está visto que não resolve problema algum, só acrescenta outro. Paulo Bento, que nunca viveu nada que se parecesse com abundância e facilidades, tem agora porventura o mais difícil desafio da sua jovem carreira de treinador, num momento em que já se escutam os primeiros sinais de impaciência e desagrado dos adeptos. Os que ainda acreditam que os milagres existem e não acontecem só em Fátima.

3 - Pois, se o jogo do Benfica contra o Marítimo só deveria ter demorado 85 minutos, o do FC Porto contra o Leixões deveria ter demorado apenas oito — que foi quanto os portistas se dispuseram a jogar, depois de se verem a ganhar por 2-0 na infância do jogo. Chamam a isso «gestão», coisa de que as equipes usam e abusam, entre nós, e sem grande respeito pelo público que ajuda a pagar os ordenados dos jogadores. O FC Porto-Leixões, que assinalava o regresso deste confronto Porto-Matosinhos ao nível maior, foi um interminável bocejo, como se jogar futebol fosse assim uma coisa tão aborrecida. Valeu a oitava vitória em oito jornadas e, se sexta-feira o FC Porto conseguir vencer no Restelo, fica bem encaminhado para as dez vitórias em outros tantos jogos, o que seria notável.

Se já muitas vezes se tem falado desta impressionante série de vitórias sem exibições correspondentes, é justo também reconhecer que, faz amanhã oito dias, o FC Porto saiu de Marselha com um empate que merecia ter sido vitória e até folgada. Em Marselha, o FC Porto fez a melhor exibição da época, com uma entrada autoritária e categórica no jogo, teve bolas nos postes, viu os franceses adiantarem-se contra a corrente de jogo, mas os jogadores não desanimaram, foram em busca do empate e terminaram ainda em cima do Marselha e à procura dos três pontos. É nestes confrontos europeus ao mais alto nível que se vê bem como, de há largos anos para cá, o FC Porto cava uma diferença em relação ao Sporting e ao Benfica apenas comparável à que o Benfica dos anos sessenta do século passado tinha sobre os seus rivais domésticos. Quando chega a hora da verdade, nos grandes palcos europeus, sem «Apitos Dourados» nem bocas por fora, o FC Porto dá cartas e o resto é paisagem. Eu sei que dói, mas que querem?

4 - Se tudo correr conforme o previsto, estreia-se depois de amanhã, numa sala perto de si, o muito previamente divulgado filme «Corrupção», com o qual alguns benfiquistas do mundo das artes quiseram mostrar a sua imparcialíssima versão do «Apito Dourado». Não entrando em cena a providência cautelar que seria de esperar, este filme inaugura uma nova forma de justiça popular, servindo, com base num único testemunho, a acusação, a «prova» e a sentença de condenação previamente estabelecida, relativamente a um processo que, na justiça real, ainda se encontra em fase de instrução. As intenções prosseguidas pelo filme são eloquentes da exigência ética dos seus autores e um exemplo do que seria a justiça se os juízes fossem escolhidos pelas suas cores clubísticas.

Não admira que o pessoal desta nobre empreitada se tenha desavindo entre si na mesa de montagem, com realizador e actriz principal para um lado, produtor e restantes actores para outro: eloquente, outra vez. Quanto à «testemunha» e musa do enredo, tão apaparicada antes pela realização e script, mudou de visual, fez extensões no cabelo e uma operação à barriga chamada qualquer coisa «aspiração», e optou por ficar do lado do produtor. Cheira-me que estará a alimentar aspirações a um novo passo na sua carreira artística multifacetada. Consta também que, além da versão do produtor, servida nos cinemas, haverá uma outra versão do realizador, servida em casa, para os amigos. E parece que, em vez de «Corrupção», se chamará «Uma amarga lição».

# jornal “A BOLA” de 2007.10.31
# origem: blog "Sou Portista Com Orgulho"

30 outubro, 2007

Matemática dos 3’s


competição: bwin LIGA 2007/08, 8ª jornada
data: 29.10.2007
local: Estádio do Dragão, no Porto
assistência: 36.509 espectadores
fc porto: Helton; Bosingwa (Cech, 14m), Bruno Alves, Stepanov, Fucile; Bolatti, Raul Meireles, Lucho Gonzalez (Mariano Gonzalez, 70m); Sektioui (HPostiga, 60m), Quaresma e Lisandro.
golos: Lisandro Lopez (5m, 78m), Sektioui (8m).

100% vitorioso, que é como quem diz, 8 jogos, 8 vitórias, 24 pontos! Desta vez, a ‘rifa’ calhou ao Leixões que para além da massa adepta que trouxe atrás de si e com todo o ‘ruído’ provocado ao longo dos 90 minutos, pouco mais se fez por notar, senão participar (mais uma vez) na festa do bi-campeão.

Para este jogo, o Prof. Jesualdo Ferreira mexeu no onze base dos últimos jogos, tendo optado pela medida mais conservadora, procurando fazer uma substituição por substituição, já que Bolatti ocupou o lugar de Paulo Assunção que esta jornada descansou. A outra entrada deveu-se ao ocupar do lugar natural de Tarik em detrimento do cada vez mais nervoso e complicativo (hoje, mais uma vez!) Mariano González.

Ainda haviam espectadores lá fora a procurar o melhor estacionamento para chegar ao estádio rapidamente, e já o FC Porto marcava por intermédio de Lisandro Lopez aos 5 minutos que aproveitando uma desatenção de um defesa adversário, e quiçá na confusão da disputa da bola, com a utilização do braço de uma forma irregular (?), viu-se descaído para a esquerda já dentro da grande área onde fez o que se impunha, fuzilar as redes adversárias e inaugurar o marcador, colocando-o em 1-0 para o FC Porto. Melhor entrada era difícil.

Estavam os leixonenses ainda a tentar recompor-se no primeiro soco, quando passados apenas 3 minutos do 1º golo, Lucho endossa a bola para Tarik que descaído na direita do ataque, entre na defensiva adversária, ultrapassa um defesa, simula sobre o guarda-rede Beto e marca o 2-0, tudo isto apenas em apenas 8 minutos de jogo. Se melhor entrada já era difícil, aqui já era caso para dizer, “melhor era impossível”.

O senão desta entrada com toda a pólvora foi que a partir daqui, pelos motivos mais que óbvios, e quando se poderia pensar que seria um jogo propicio para uma goleada, o FC Porto optou por acalmar nitidamente o ritmo de jogo, aqui e acolá alterado com os habituais fogachos de Quaresma que senão nas assistências para golo, continua a insistir demasiado no lance um-contra-um, caindo demasiadas vezes neste erro que de facto, não lhe está a sair nada bem nos últimos jogos.

Até ao final dos primeiros 45 minutos, à excepção dos tais 8 minutos de entrada a todo o gás, fomos assistindo a um jogo lento, demasiado previsível e porque não até, aborrecido qb.

Para os segundos 45 minutos, mais do mesmo, ainda que os leixonenses entrassem mais aguerridos e acutilantes, mesmo que continuassem a ser um marasmo de ideias que nada mais obrigava o FC Porto do que continuar a jogar em ritmo de treino e sem grandes ondas. O jogo era jogado permanentemente a meio-campo a uma velocidade que dadas as ‘guerras em que está envolvido’, mais se ajustava ao pretendido pelos da casa.

Apesar de alguns e prolongados bocejos que já se iam assistindo nas bancadas, sempre que o FC Porto conseguia imprimir alguma velocidade na transição de bola, normalmente ou quase sempre por intermédio do já habitual Quaresma, íamos conseguindo criar mais alguns calafrios na defensiva leixonense.

O jogo começava lentamente a aproximar-se do apito final, parecendo haver um conformismo de parte a parte, porquanto nem os da casa atacavam com toda a artilharia, como os de fora se mantinham fechados e fechadinhos para não sofrerem mais algum golo.

Aos 78 minutos, eis então que volta a aparecer em jogo Quaresma com mais um daqueles cruzamentos com conta, peso e medida, permitindo que Lisandro de cabeça ao 2º andar bisasse na partida (3-0), fazendo o seu 8º golo em 8 jogos.

Para os restantes 12 minutos que restavam, se até ali já poucos motivos de interesse haviam ocorrido, a partir dali eles terminaram de vez. Foi só aguardar pelo apito final.

Se é verdade que esta carreira até agora 100% vitoriosa traduz um grande trajecto rumo ao tri, é verdade que também e fruto da distância para os mais directos adversários (8 e 9 pontos), confere tranquilidade para um qualquer percalço que possa ocorrer a qualquer momento, porque bom, bom mesmo, era manter esta tendência, mas sabemos que esse objecto é praticamente impossível, por isso, resta-nos prolongá-lo até aos limites.

azul + : Lisandro Lopez (VIPortista), Quaresma, Raul Meireles e os 15 min iniciais.

azul - : Mariano González e os segundos 45 minutos.

arbitragem: Rui Costa (Porto), terá tido como único erro o não assinalar da mão de Lisandro que acabou por dar origem ao 1-0 para o FC Porto.













ps - parece-nos que o dia 01 de Novembro está marcado com bolinha vermelha em todos os calendários dos 'invejosos e rídiculos' deste país... nós por aqui no blog "Bibó Porto, carago!", e porque também somos adeptos ferrenhos das festanças em tantas e tantas vitórias e conquistas do nosso FC Porto, temos de igual modo essa data do 01 de Novembro bem marcada nos nossos calendários, mas com uma bolinha de côr 'Azul Dragão' bem forte... querem saber o porquê? é só esperar pelo dia 01 de Novembro e ficarão a saber tudo. Já falta pouco!

Ninguém vai querer perder este clássico sobre patins

É já no próximo dia 7 de Novembro (uma quarta feira às 21h em Fânzeres) que o FC Porto recebe o Benfica para o Nacional de Hóquei em patins. Faltam «ainda» duas semanas mas, o desafio que o Lucho lançou há uns tempos atrás aos visitantes e colaboradores deste blog tem hoje, nesta crónica, um novo capítulo. Peço a todos os interessados que tornem oficial a sua disponibilidade através da caixa de comentários deste post. Desde já confirmo que o Porto-Marselha no Dragão é no dia anterior, logo não há qualquer desculpa...


Penso ser esta uma óptima oportunidade de verem ao vivo os dois principais candidatos ao título numa modalidade muito emocionante e em que os clássicos costumam ser escaldantes. Penso também ser esta uma forma de promover o convívio entre todos os colaboradores ou simples visitantes deste blog, descentralizando um pouco os temas de conversa, passaremos do futebol da relva para o hóquei de pista, aproveitando-se a ocasião para nos conhecermos todos, pessoalmente, sendo que alguns apenas conheço da blogosfera. Pedia então que confirmassem, desde já, na caixa de comentários e que enviassem um mail para sergiopmgomes@hotmail.com para que depois, eu, mais facilmente, possa definir convosco todos os pormenores desta nossa aventura sobre patins (alguns já me confirmaram via email). Já estão asseguradas as presenças do Lucho, Blue Boy, Estilhaço, Jorge Aragão e Paulo Pereira estando ainda por confirmar as presenças do Tiago Teixeira, Dragão Azul, Bruno Pinto, Caxana, Miau, Bicho.... Os membros do blog que residem longe do Grande Porto não estão mencionados mas se estiverem interessados... Espero também que outros, mesmo que apenas simples visitantes deste blog, também apareçam (e que me contactem via email) e se juntem a nós em mais uma iniciativa do Blog. Vamos, estou certo, formar uma boa claque que irá «concorrer» com os Super Dragões.

Fica aqui também o agradecimento ao Blue Boy pela oportunidade que me foi dada de poder apresentar um post sobre os jogos grandes das modalidades, logo no dia seguinte às partidas se estas se efectivarem durante a semana. Caso os jogos sejam ao fim de semana, é só esperar pela terça feira e pela crónica do Lucho. Assim, no andebol teremos posts nos jogos com ABC, Benfica e Sporting (este último já com post, aqui), no basquetebol com a Ovarense e no hóquei com o Benfica e Barcelos. Deve ser ainda destacado que desde a semana anterior temos na parte superior do blog (scroller) um anúncio sobre as transmissões televisivas dos jogos do FC Porto seja qual for a modalidade. Assim, neste blog, o adepto do FC Porto será sempre o primeiro a ser informado nesta como noutras questões, o que não acontece, lamentavelmente, com o próprio site do FC Porto.

Antes de passar às modalidades apenas uma nota sobre mais um excelente resultado do FC Porto na Champions League (1-1 em Marselha) num jogo em que os Dragões chegaram a deslumbrar e em que Lucho voltou a facturar. Segundo lugar (para já) com mais 2 pontos que Besiktas e mais 4 que Liverpool num grupo em que os Dragões parecem ser a melhor equipa. Os rivais de Lisboa estão ambos no 3º lugar de cada um dos seus grupos. No campeonato Nacional os Leões escorregaram na Madeira, enquanto o FC Porto jogou na noite de ontem com o Leixões, desafio a que assisti ao vivo mas que, ainda não sei o resultado na altura em que vos escrevo...

Andebol: FC Porto só joga no próximo domingo
1º ABC (19 pts, 7 jgs), 2º FC Porto (18 pts, 7 jgs), 3º Madeira (15 pts, 7 jgs)

Este fim de semana o campeonato esteve parado por causa da Selecção mas esta 5ª feira (feriado) temos 2 escaldantes desafios, o Belenenses-ABC e o Benfica-Sporting. O FCPorto está de folga e só joga no domingo (16h em Santo Tirso) frente ao Madeira SAD, vice-campeão Nacional, desafio a que devo assistir ao vivo.

Basquetebol: FC Porto invicto soma mais uma vitória
1º Ovarense (4 pts, 2 jgs), 2º FC Porto (4 pts, 2 jgs), 3º CAB (3 pts, 2 jgs)

Este sábado o FC Porto somou a sua 2ª vitória no campeonato vencendo no reduto do Ginásio Figueirense por 78-66. FC Porto e Ovarense são já os únicos invictos na prova. No jogo da Figueira da Foz os Dragões efectuaram uma excelente 1ª parte com Gentry e Marçal em grande plano, muito bem acompanhados por Paulo Cunha. Os 11 pontos de diferença (44-33) foram decisivos uma vez que na 2ª metade o nível de jogo do FCP baixou imenso. O jogo exterior de Nuno Marçal finalmente apareceu e o extremo voltou a demonstrar aquela confiança que há muito não se via. Alberto Babo soube depois na segunda metade segurar a equipa nos momentos em que ainda tremeu. Nota negativa para a pouca produtividade, nesta partida, de 3 dos Americanos, Terrel, TJ e Morris. O FCPorto joga sábado em Matosinhos com o CAB (16h).

Hóquei em patins: Adiamento do jogo retira FC Porto da liderança
1º Oliveirense (15 pts, 6 jgs), 2º FC Porto (13 pts, 5 jgs), 3º Valongo (13 pts, 6 jgs)


Este fim de semana o FCP viu o seu jogo, frente ao Portosantense, adiado uma vez que a greve da TAP a isso obrigou. Na terça feira os Dragões empataram 2-2 no reduto dos Açorianos do Candelária em desafio recheado de polémica. Primeiro porque um dos árbitros foi alterado à última da hora e depois porque um deles se lembrou de marcar um penalty inexistente contra o FCPorto a 7 segundos do final. O FCPorto vencia por 2-1, golos de Emanuel Garcia e Reinaldo Ventura, quando o escândalo aconteceu. O Candelária aproveitou, empatou o jogo e retirou os primeiros pontos ao hexacampeão. Os Dragões deslocam-se na próxima jornada (sábado às 21h) a Barcelos.

Treinador da Semana: Alberto Babo
Jogador da Semana: Nuno Marçal


Para técnico da semana, escolho Alberto Babo pela importante vitória alcançada na Figueira da Foz e para jogador da semana, a escolha recai em Nuno Marçal (na foto) pelos 24 pontos apontados numa partida em que o nosso extremo deu, finalmente, um ar da sua graça... Também Gentry e até Paulo Cunha poderiam ter sido os escolhidos. Nesta semana se houvesse uma eleição para o mais ridículo a disputa seria ganha pelo árbitro que tirou 2 pontos aos hoquistas do FCPorto, a 7 segundos do fim. Os hexacampeões não se deixarão abater.

Nota final: Na crónica do Lucho da próxima semana e depois da entrevista de Alberto Babo em exclusivo para o nosso blog (aqui), iremos ter o prazer de publicar... Aguardem, é surpresa.

E pronto, até para a semana.

Saudações azuis e brancas,
Lucho.

29 outubro, 2007

Porto vintage

Bem, desta feita coube-me a mim a tarefa de dissecar o próximo jogo dos Dragões. Um jogo com história, cheio de estórias para contar, na recepção a um velho conhecido. O Leixões, recém promovido ao convívio dos grandes do futebol luso, ainda não venceu, para desgosto da sua fiel massa associativa. O seu futebol raçudo, onde o talento aparece misturado com o trabalho árduo, fiel exemplo da vida dura e difícil das lotas onde o amor leixonense corre desenfreado, ainda não deu frutos. E espero que continue, por agora, sem dar.

É difícil passar ao lado do tema que marca a actualidade portista. É um tema recorrente, amplamente debatido na blogosfera de tendência azul e branca, mas que mantêm a discussão acesa. O debate, está bom de ver, centra-se na qualidade de jogo do Porto, o que de certa forma torna os adeptos do FC Porto num bom exemplo do slogan da Santa Casa de Misericórdia: "a criar excêntricos". Ganhamos e nem assim ficamos contentes.

Enquanto os outros discutem alternadamente os estafados temas da arbitragem, com paragens bruscas em território místico [a bola quer entrar, entra. não quer, não entra, como afirma um espanhol nosso conhecido], NÓS não nos saciamos com vitórias. Queremos algo mais. Exibições tristonhas, futebol enfadonho e calculista dão pano para mangas, numa discussão que se radicaliza a cada novo triunfo pela margem mínima. Pinto da Costa já tinha avisado, ele que sabiamente acompanha o futebol, numa frase elucidativa: "os adeptos do Porto são o melhor público de futebol em Portugal". Pois. É o que nos torna diferentes.

Por isso, quando me pedem uma análise, fico como que entre a espada e a parede. Escrevo sobre quê? O Porto que eu quero, ou aquele que nos é servido? É que ambos são diferentes. Como o dia da noite. O Porto que eu quero é um Porto invencível, que goleia todos os adversários, oferecendo espectáculos de gala, ao longo de sessões de 90 minutos. É um Porto utópico. Só existe em sonhos mirabolantes, surgindo apenas para colmatar um sentimento de frustração, depois de um resultado menos conseguido. Fiquemo-nos, por isso, pelo Porto real, aquele que é seguido religiosamente por qualquer adepto que se preze.

Jogando em casa, só a vitóra é exigível. Sou pragmático. Primeiro, os 3 pontos. Depois, se possível, venha daí a salsa e o merengue, os ritmos funk, o hip-hop, a festa para gáudio dos que sofrem nas bancadas e em casa. Já se sabe que nisso Jesualdo não faz concessões. Pragmatismo e eficácia têm sido as armas deste Porto cínico, capaz de fazer suspirar de prazer os adeptos do "catennacio", tais as semelhanças que começa a ter com os emblemas italianos. Mas, pelo que se viu em Marselha, o Porto também sabe impressionar os espectadores. Futebol adulto, maduro, inteligente, sagaz, transportando-nos para outros tempos, onde aquelas camisolas azuis e brancas imperavam na Europa. "Pois", dirão alguns, "mas não ganhamos".

Pois não. E é por isso que prefiro o Porto cínico das 7 vitórias no campeonato. Esse é letal. Mortífero. E é isso que desejo na recepção ao Leixões. O onze será, quanto a mim, o mesmo que defrontou os franceses, apenas com uma correcção. Descai Lisandro para o lugar ocupado pelo Mariano e entra um avançado. Aqui reside o busílis da questão. Mas quem?

Com Farias e Adriano out, sobram Postiga e Edgar. Antes que todos comecem a gritar, em uníssono "EDGAR", tenhamos lá a santa paciência de aturar [mais] uma vez o Postiga. Gosto dele, o que é que se há-de fazer? Exaspera-me solenemente quando desperdiça oportunidades soberanas, falhando clamorosamente na hora H, mas adoro a classe com que pisa a relva, o toque de bola que cria entre ambos uma empatia difícil de igualar, quase como se aquele bocado de couro fosse uma segunda pele do avançado. Admiro a forma felina como se movimenta na área, aguardando pelo momento oportuno de fuzilar as redes adversárias. Postiga sabe que nasceu com um dom. Que, nesse aspecto, é um sobredotado, invejado por milhões que adoravam estar naquele lugar, envergando aquela camisola. E sabe também que está no limiar, aquela linha muito fina, que separa os génios idolatrados dos anónimos fracassados. Uma espécie de paradigma, como o anúncio publicitário da "geração mudasti"!

Está na hora d'ele assumir o seu código genético e fazer aquilo para que foi concebido: brilhar vitoriosamente de azul e branco vestido, tornando-se num dos grandes avançados europeus. Chamem-me lírico, mas eu acredito.

A equipa está no ponto. O que se espera, na recepção aos "bebés de Matosinhos", é um Porto de Honra, um cálice vintage de travo adocicado, com a coesão defensiva de sempre, os raides diabólicos de Bosingwa, a geometria dos passes de Lucho, o trabalho de sapa de Assunção, os malabarismos circenses de Quaresma, a sofreguidão pela posse de bola de Meireles e o esforço denodado de Lisandro. Com estes ingredientes, o que é que se pode esperar?

ps - parece-nos que o dia 01 de Novembro está marcado com bolinha vermelha em todos os calendários dos 'invejosos e rídiculos' deste país... nós por aqui no blog "Bibó Porto, carago!", e porque também somos adeptos ferrenhos das festanças em tantas e tantas vitórias e conquistas do nosso FC Porto, temos de igual modo essa data do 01 de Novembro bem marcada nos nossos calendários, mas com uma bolinha de côr 'Azul Dragão' bem forte... querem saber o porquê? é só esperar pelo dia 01 de Novembro e ficarão a saber tudo. Já falta pouco!

28 outubro, 2007

O bom, o mau e o vilão!

O Campeonato de Mundo de Rugby findou há pouco em França. Ele decorreu de 20 de Setembro a 7 de Outubro deste ano. Foi uma competição Mundial no sentido real da palavra. Nações do Hemisfério Norte (entre as quais Portugal) e nações do Hemisfério Sul estiveram presentes.

Esta competição suscitou no país organizador (França) um entusiasmo imprevisível. Não só os estádios estavam cheios como também as audiências televisivas atingiram auges de audiência inimagináveis. Por exemplo, aquando da meia final, França-Nova Zelândia, o audimato atingiu quase 19 milhões de espectadores. Se comparamos esta audiência com a da final do último Campeonato do Mundo de Futebol , França-Itália, cerca de 21 milhões, melhor podemos compreender o debate de ideias, por vezes muito violento, que acaba de surgir na sociedade Francesa. Por um lado, os apaixonados pelo futebol. Por outro, os pelo Rugby.

Todos nós sabemos que em 1823 houve uma separação entre o foot-ball e o rugby. Não interessa, pois, neste espaço, copiar de novo a história. Em contrapartida, já me parece muito mais questionante analisar porque é que se quer estigmatizar o futebol como o MAU e o rugby como o BOM.

Os argumentos, de modo esquemático, dos aficionados de rugby, contra o futebol, são os seguintes :

Perante esta apresentação idílica que releva do estigma, sendo, eu, amante de futebol, não posso deixar de levantar as seguintes perguntas:

(Salvo erro, creio que estas também são válidas para a selecção Portuguesa de rugby!)

Porque é que na selecção Francesa de rugby não existem jogadores com apelidos tais como Platini, Zidane, Vieira, Drogba, Pires .... ?

Porque é que o rugby em França é uma das modalidades que, relativamente, têm poucos licenciados? Porque é que o rugby não está implantado nas regiões urbanas? Por exemplo, o grande Paris (cerca de 12 milhões de pessoas) só tem uma boa equipa de rugby.

Não há violência no rugby nem à sua volta? Então porque que houve uma disposição impressionante de forças policiais, aquando da final do campeonato do Mundo de rugby?

O que incomoda muita gente é que o futebol é popular. E incomoda muito mais quando permite a integração e a confratenização entre meninos oriundos de horizontes diversos. Quer se goste ou não: só a selecção Francesa de futebol dá a ideia do que é a realidade e a diversidade étnica e cultural da sociedade gaulesa. Mais de um Francês sobre três tem, pelo menos, um avó estrangeiro.

O povão é Vilão porque não tem educação ou é Vilão porque debate, contesta e luta pelos seus direitos?

É que já lá vai o tempo em que os jogadores e os adeptos de futebol eram tidos por analfabetos ou, pior ainda, por atrasados mentais. É que já lá vai o tempo em que os filhos da imigração não podiam aceder a cargos de responsabilidade.

E que não me venham argumentar que o rugby não é popular porque as regras são muito complicadas e, logo, difíceis de compreender. O povão não só é Vilão como é estúpido?

E não me venham dizer que o rugby é da esquerda. E que o Futebol é da direita. É um assunto bem mais complexo. Mas não deixa de ser revelante que, em França, durante a ocupação nazi, o governo de Vichy exaltava os valores virtuais e viris do rugby, denunciando o futebol dos mestiços das cidades.

E, para findar, deixo aqui, bem expresso, que nada tenho contra os amantes de rugby. Este texto procura, unicamente, pensar a relação futebol-rugby em termos teóricos. Nunca em termos de pessoas individuais.

E Viva o Porto !

27 outubro, 2007

Desabafos

Eis a dúvida do momento: jogar menos bem e obter vitórias ou jogar bem e empatar?

Eu escolheria uma exibição agradável aos sentidos associada a um pragmatismo vitorioso com requintes maquiavélicos. E os 60 minutos do jogo em Marselha poderão ser um bom prenúncio, a tal esperada luz que abençoe por unanimidade o trabalho do Jesualdo Ferreira. Mas viu-se que há lacunas na construção do plantel ou na falha de adaptação dos reforços. Penitencio-me, como muitos estou certo, que o meio-campo sem Paulo Assunção, Lucho e Raúl Meireles não faz a máquina carburar convenientemente. As transições ofensivas resultam por que estes jogadores assimilam na plenitude a função recuperação/pressing e o lançamento ofensivo. E Leandro Lima nisso é incipiente, maioria das vezes a sua deslocação posicional nas recuperações impede-o de ser criativo porque está longe dos avançados ou cria um grande fosso entre os outros dois jogadores do miolo, descompensando a equipa. Aí reside o grande défice da nossa equipa, além do imberbe brasileiro, não temos ninguém no banco com qualidade que assegure o funcionamento contínuo da máquina azul e branca. Bolatti é uma incógnita e com características defensivas, Kaz é inconsequente e estático. Fazendo uma rápida analogia, na era Mourinho tínhamos, sobretudo, um enorme jogador no banco: Alenitchev (não esquecendo também o Pedro Mendes). A sua entrada em campo significava fantasia, experiência, rigor táctico e um enorme profissionalismo.

Relativamente ao ataque, o Postiga é uma autêntica quimera, tanto é capaz de fazer coisas incríveis como disparates vergonhosos. Embora seja da opinião que nem Adriano, nem Edgar conseguiriam isolar-se naquele lance em que o 23 portista falhou clamorosamente. Volta Renteria, estás perdoado.

Tenho a capacidade suficiente para discernir que o actual treinador do FC Porto tem algumas limitações que não se coadunam com o espírito portista. Enalteço-lhe, no entanto, o trabalho que tem preconizado na Champions League – incluindo a época transacta. Conferiu-me novamente, e desculpem o chavão, a tranquilidade que se tinha extinguido nos embates internacionais após o descalabro de Artmedia. Na quarta, não coloquei outro cenário senão o empate - ou a vitória - após o golo dos franceses.

nota: Como já vem sendo hábito, o canal estatal não transmitiu o jogo do FC Porto. Seguindo a lógica adoptada por esse organismo – transmissão dos jogos das equipas lisboetas em terreno adversário – quando será que transmitem o FC Porto? Em Liverpool? Provavelmente só nos oitavos, visto que não têm outra alternativa…

Ainda sobre o jogo:


"Poste nega, árbitro dá"

no Correio da Manhã, em 25.10.2007

A maior, e desculpem o palavrão, filha da putice que tenho assistido na comunicação social dos últimos tempos.

Abraço,
CJ.

26 outubro, 2007

Violência no Futebol

Esta semana decidi escrever sobre a violência no futebol, não que não haja outros temas interessantes para falar, mas porque é um tema um tanto ou quanto polémico.

Quando falamos em violência no futebol falamos claramente da violência no relvado e nas bancadas, sendo que a violência nas bancadas é bem pior que a violência nos relvados (até porque ás vezes dá mesmo vontade partir as pernas ao adversário). Mas hoje vou apenas falar da violência nas bancadas.

Infelizmente aqui em Lisboa, cada vez que se tenta ir ver um jogo de futebol equipada a rigor é quase que um suicídio (apesar de eu muitas vezes ser uma kamikase e sair para o Centro Comercial Colombo com uma camisola dos Super Dragões). Sei perfeitamente, e eu faria exactamente o mesmo, que se no estádio do meu clube entrasse um adepto de uma outra equipa qualquer, sobretudo aqueles vermelhos ao pé do Centro Comercial Colombo, e que me recuso a pronunciar o nome, porque como já referi causa-me urticária, também não acharia muita piada e só me apetecia bater-lhes e expulsá-los do estádio.

No entanto as coisas não podem ser assim. Deverá haver um pouco de tolerância (por mais que nos custe) para assim assistir a bons espectáculos nas bancadas.

Irrita-me solenemente quando tenho de ouvir estes brejessos de Lisboa a dizer que os piores adeptos são os do Futebol Clube do Porto! “Por Amor à Santa!” é a única coisa que me apetece dizer… os lampiões, os lagartos e as restantes claques de outras equipas são uns santos! De certeza! Por isso é que cada vez que vou ali em frente do Centro Comercial Colombo ver o FC Porto a jogar com aquela equipa, vejo sempre coisas que até dão dó?! E quem começa? Não vou ser facciosa até porque tenho de ser um pouco imparcial neste tema… mas sinceramente são aqueles vermelhos que começam sempre tudo! Eu tenho de ir de cachecol dentro do casaco se não, não saio de lá viva. E nem preciso ir equipada, nem levar cachecol, basta torcer pela equipa adversária que és logo insultada! Dou dois exemplos que se passou naquele estádio, um que se passou comigo e outro que se passou com o meu pai (também ele anti vermelhos). O meu pai um dia (já há uns bons anos) teve o azar de entrar para ao pé da claque dos No Name e ia ver um jogo entre a equipa da casa e o Beleneses. O Beleneses teve a boa fé de marcar um golo e o meu pai teve a reacção de gritar golo. A sorte dele foi estar ali a policia, se não coitado! Não existia! Nem se manifestou muito, apenas gritou “golo”. Teve de sair logo dali.

Outro caso que se passou foi comigo num jogo nesse mesmo estádio num jogo frente ao FC Porto, claro que eu levava o meu cachecol e a minha camisola mas assim que ia para o meu lugar começaram a cuspir-me, eu claro que na minha boa educação perguntei se não estávamos num pais livre e se não me podia manifestar. Começaram logo a insultar-me. Isto já aconteceu há uns bons anos. O FC Porto ia em primeiro lugar e eu só me limitei a dizer que inveja era coisa feia e coisas do género. Bom, só não me bateram talvez porque estava acompanhada de primos que infelizmente são desse clubezeco.

Mas ainda referindo a violência nas bancadas nesses mesmo estádio já vi de tudo, desde rapazinhos com idade para ter juízo a roubarem cachecóis a miúdo que iam com os pais ver os jogos, a baterem em adeptos adversários com idade para ser pais dos mesmos. E já para não referenciar que quantas e quantas vezes esses adeptos vermelhos não fazem esperas a adeptos do FC Porto para armarem confusão?

Só para culminar gostaria apenas de referenciar um estudo feito pela Professora Dr.ª Ana Pedro da Universidade Autónoma de Lisboa, que eu tive o prazer de ser aluna dela, fez um case study sobre claques de futebol. Sendo ela sportinguista, teve de ser imparcial enquanto “viveu” uma semana – preparação para os jogos - com cada claque (Super Dragões, No Name, Juve Leo, entre outras) e a conclusão a que chegou foi que não havia pior claque que a Juve Leo e inclusive chegou a presenciar conversas entre membros dos No Name para saber quem se iria infiltrar nas claques adversárias para arranjar confusão.

Agora deixo umas questões no ar, porque é que só os Super Dragões e os adeptos do FC Porto é que têm a fama de ser maus e violentos? Será que são mesmo adeptos do FC Porto que arranjam as tais confusões? Deixo ao vosso critério.

Saudações azuis e brancas e até para a semana,
Sodani.

ps – [nova actualização] [CoNtRa dOSsiEr] "o apito Bermelho" com upload de 3 novas imagens (total: 187 slides)… passem por lá para confirmar, não custa nada! Só tens que clicar no banner respectivo logo ali acima.

24 outubro, 2007

No futebol, não há justiça…

competição: Liga Campeões 2007/08, grupo A, 3ª jd
data: 24.10.2007
local: Estádio Vélodrome, em Marselha (França)
espectadores: 45.000
fc porto: Helton; Bosingwa, Bruno Alves, Stepanov, Jorge Fucile; Raul Meireles (Leandro Lima, 72m), Paulo Assunção, Lucho Gonzalez; Mariano Gonzalez (Postiga, 46m), Quaresma e Lisandro Lopez.
golos: Lucho González (78m, g.p.)

Ainda anda por aqui um trago de injustiça que não há forma de desaparecer. Não se pode dizer que tenha sido um resultado negativo, até atendendo ao resultado surpreendente no outro jogo do grupo com uma vitória caseira dos turcos do Besiktas sobre o Liverpol por 2-1, mas agora que terminou o jogo, mais se torna verdade que no futebol, não há justiça… há apenas 3 resultados possíveis: vitória, derrota ou empate, não importa como!

Por tudo o feito e visto ao longo dos 90 minutos, a vitória esteve sempre ali tão perto e como prémio mais que merecido para o FC Porto, mas no final, temos que nos contentar com um sabor agridoce da divisão dos pontos… e não é que podia até ter sido pior, quando os franceses sem nada o prever e ter feito até essa altura, fizeram o 1-0?

O Prof. Jesualdo Ferreira resolveu, qual Sherlock Holmes da pior espécie, voltar a mexer no onze esperado por todos e jogar 45 minutos com 10 jogadores apenas, após nova aposta e colocação em campo do seu ‘protegido’, um tal de Mariano González que não joga, não corre, não ataca, não defende, não faz nada, senão tirar-me do sério por completo. Mas, e há sempre um mas, o culpado não é ele, mas sim o tal Sherlock Holmes que só ele lá saberá explicar as suas opções (que mais ninguém entende!). Quer-se dizer, o Tarik, em pleno Ramadão e com naturais quebras fisicas pelos motivos óbvios, era titular e mais que cumpria!... agora que se acabou o Ramadão, volta para o banco e entra para o seu lugar um jogador sem qualquer ritmo de jogo e que tem desperdiçado completamente todas as oportunidades que lhe têm sido dados… todas! Provavelmente, andamos todos a ver o filme ao contrário… enfim.

Mesmo com 10 jogadores, durante os primeiros 45 minutos chegamos e sobramos para os franceses que mais não faziam que assistir sem poder de reacção ao nosso controle das operações em todas as zonas de campo e que ao fim de 20 minutos, já tinha colocado a bola por duas vezes consecutivas no mesmo poste da baliza defendida por Mandanda, ambas por intermédio de Raul Meireles.

Os da casa pouco ou nada assustavam, procurando num ou noutro lance tentar responder com jogadas de contra-ataques que invariavelmente, morriam a meio-campo, na pior das hipóteses, na nossa defensiva.

Mesmo abrandando o ritmo de jogo nos últimos 20/15 minutos da 1ª parte, o FC Porto continuou a comandar as operações, sem que os franceses conseguissem soltar-se das amarras e do colete de forças a que estavam vetados. Chegou o intervalo com nota de destaque para a injustiça que o resultado de 0-0 demonstrava para as nossas cores.

Como que a dar-me razão, para os segundos 45 minutos, o Prof. Jesualdo Ferreira resolveu equilibrar as forças quanto ao nr. de jogadores em campo de ambos os lados da barricada, colocando finalmente o FC Porto a jogar com 11 elementos, já que fez entrar Postiga para o lugar do ‘inconsequente e nulo total’ Mariano González.

Logo aos 50 minutos de jogo, Postiga teve uma arrancada em direcção à baliza isolado, mas como é norma neste, apesar de muito lutador e esforçado, conseguiu assustar-se com o guarda-redes adversário e não foi capaz de colocar a bola dentro da baliza, quando parecia o mais fácil.

Por esta altura, já eu comentava comigo próprio que a jogar desta forma e a não conseguir concretizar as oportunidades que criávamos e com muito azar à mistura nos primeiros 45 minutos, “não tarda nada, vamo-nos f&%$#”… e não é que já estava a adivinhar? Antes não estivesse, carago.

Completamente contra a corrente do jogo, e num lance áereo de insistência dos franceses, a bola vai cair nas costas da nossa defensiva, aparacendo Cissé a colocar a bola nos pés de Niang, apesar da muita pressão de Stepanov, onde bastou desviar a bola para o fundo da baliza… estava concretizada a maior injustiça no jogo até aquele momento, com o marcador a passar a contar 1-0 para os da casa, estavam decorridos 69 minutos.

De imediato, Raul Meireles é substituído por Leandro Lima na procura de dar maior magia e criatividade ao meio-campo do FC Porto. Acusando algum descontrole emocional por esta altura, parecíamos começar a querer complicar o que até ali então estava a ser fácil, desde que colocando a bola de pé para pé.

Até que aos 77 minutos, Lucho faz uma abertura magistral para o interior da defensiva adversária, surgindo Lisandro nas costas do defesa francês com uma diagonal de livro e é derrubado pelo guarda-redes adversário, sendo de imediato apontada a marca de grande penalidade pelo árbitro espanhol. O próprio Lucho colocou a bola para o lado esquerdo, não permitindo veleidades ao guarda-redes. Estava conseguido o empate a 1-1, resultado que mesmo assim, continuava com um sabor a injustiça, mas que tinha aqui sido amenizada.

Para os últimos 10 minutos do jogo, os meio-campos de ambas as equipas quase que desapareceram e o jogo tornou-se completamente partido de parte a parte, apesar de uma ou outra situação de maior perigo criado por qualquer das equipas, mantendo-se o resultado em 1-1 até ao apito final do árbitro.

O que aconteceu hoje foi ‘futebol’, puro e duro… dia 06 de Novembro, é hora de cobrar no Estádio do Dragão esta injustiça perante o mesmo Marselha. Com 2 jogos em casa (Marselha e Besiktas), temos tudo para garantir e carimbar o apuramento para a fase seguinte.

Neste momento, e cumpridos que estão 3 jornadas desta 1ª fase de grupos, a classificação encontra-se ordenada da seguinte forma: Marselha (7pts), FC Porto (5pts), Besiktas (3pts) e Liverpool (1pt).

Moral da história: andamos nós aqui há uns bons pares de semanas a discutir alegremente o 'sexo do anjos', entre o que importará mais, se jogar menos bem e ganhar (o que tem normalmente acontecido), se jogar bem (o que hoje aconteceu). Ironia das ironias, hoje não ganhamos! Afinal, como ficamos?

azul + : Lucho (man of the match), mas toda a equipa esteve bastante bem.

azul - : Mariano González e o Prof. Jesualdo Ferreira pelo mesmo motivo.

arbitragem: Manuel Mejuto González (Espanha), tecnicamente irrepreensível, mas disciplinarmente deixou muito a desejar se nos recordarmos de 2 agressões nítidas aos joelhos de Raul Meireles, ainda na 1ª parte e Quaresma na 2ª parte, pelo autor do golo francês Niang que há muito deveria ter ido tomar banho… e ainda teve a distinta lata de no final do jogo, aparecer nas imagens televisivas com cara de poucos amigos para com o ‘amigo espanhol’ a protestar sabe-se lá bem o quê… enfim.


Antevisão 'marselhesa'

Poderia não ser fácil, para um Portista, a poucas horas do jogo Marselha - FC Porto, pedir uma antevisão deste desafio a adeptos e simpatizantes Marselheses. Todavia, tal tarefa tornou-se realizável porque os adeptos do Marselha têm personalidade e são descomplexados.

O texto que segue é uma síntese (Merci François!) de discussões e de troca de ideias entre um adepto Portista e quatro adeptos Marselheses. Quem disse que só no rugby há saber viver? Vejamos:

Pontos fortes do Marselha:
- Boa dinâmica na Liga dos Campeões: dois jogos e duas vitórias, sendo uma histórica. Pela primeira vez, um clube Francês ganhou em Inglaterra;
- Um novo treinador Eric Gerets. Melhor disposição e ocupação táctica do terreno. O discurso do treinador parece ser bem aceite pelos jogadores;
- Ataque: um grande criativo (Nasri), dois bons alas (Zenden e Ziani) e dois bons avançados (Niang e Cissé).
- O público: o Vélodrome é um caldeirão que apoia a equipa.

Pontos fracos do Marselha:
- Muito mal classificado no campeonato. Ocupa os últimos lugares;
- Obrigação de bons resultados para o novo treinador;
- Defesas laterais indecisos. Bonnard sem experiência à esquerda e à direita Taiwo nem sempre se situa ou se posiciona bem;
- A dupla de centrais (Givet-Rodriguez) é a antiga dupla de centrais daquele Mónaco que perdeu a final contra o FC Porto.

Pontos fortes e fracos simultaneamente:
- Nasri vem duma lesão, mas pode sempre explodir;
- Cissé anda trapalhão, mas pode sempre acertar;
- O público é fantástico, mas imensamente exigente. Caso o Marselha jogue mal, os adeptos assobiam.

Prognóstico:
No início da discussão, a tendência era para um categórico 3-1 em favor do Marselha. Assentando a discussão, em base racional, os prognósticos tendem para 0-0. É que nem o FC Porto nem o Marselha têm interesse em perder.

Mas se o Marselha ganha, isso, quer dizer que o Marselha está, praticamente, qualificado.

A nossa discussão findou assim!
Oups! Oups! Cuidado meu FCPORTO!
E Viva o Porto!

A lição da África do Sul

‘Nortada' do Miguel Sousa Tavares

1 - Durante muitos anos pensei que havia dois países no mundo para os quais, por mais voltas que eu desse à imaginação, não conseguia antever futuro algum: a Índia e a África do Sul. Pois bem, enganei-me: a vida está cheia de surpresas, tanto as boas como as más. A Índia é hoje muito mais do que uma nação emergente: é já uma potência económica imprescindível, crescendo a um ritmo de 10% ao ano e — o que é mais notável para quem conheceu o estado de subdesenvolvimento do país há uns anos — com um crescimento baseado na investigação, na qualificação cientifica e no domínio das novas tecnologias. E a África do Sul, pese os problemas graves que se mantêm, está infinitamente melhor do que todo o continente africano e, sobretudo, conseguiu essa proeza impensável de sair do regime intolerável do apartheid por via pacífica e democrática, evitando a guerra civil e a desforra dos negros contra os brancos, como sucedeu no vizinho Zimbabwe. No Zimbabwe, o racismo negro determinou a expulsão e o confisco de todas as terras dos brancos, conduzindo à ruína alimentar, à fome e à miséria o que fora o mais próspero território agrícola de África. Sob o comando desse criminoso corrupto e sanguinário que é Mugabe (que Sócrates insiste à viva força em deixar vir à cimeira Euro-África de Lisboa), o Zimbabwe transformou-se num quadro de terror e de devastação humana que, mesmo em África, ultrapassa tudo o que é tolerável. A África do Sul, pelo contrário, teve a sorte de encontrar em Nelson Mandela um líder que, em lugar do ressentimento e do ódio, que até seriam compreensíveis, demonstrou, desde o primeiro dia no poder, que buscava antes o perdão, a reconciliação e a prosperidade para o seu país.

O que vimos neste Mundial de râguebi, com o triunfo de uma selecção sul-africana composta essencialmente por brancos e mulatos, não seria, obviamente, possível de acontecer no Zimbabwe. E, infelizmente para o seu povo, que não tem culpa dos dirigentes que tem, o Zimbabwe nunca será conhecido por estas ou outras boas razões e nunca beneficiará, à escala planetária, de uma tão boa promoção como a que a África do Sul ficou agora a dever à sua selecção de râguebi.

O triunfo da África do Sul ensina-nos uma lição que só os ditadores, os racistas e os particularmente estúpidos se recusam a ver: que África não é dos negros, nem dos brancos, como se proclamava até aos anos sessenta, nem dos árabes, como se garantia antes disso. África é dos africanos, independentemente da cor da pele: dos que lá nasceram, lá criaram raízes e lá pretendem morrer. Não há nada mais redutor e idiota do que querer julgar a História à luz dos critérios políticos e de justiça social contemporâneos. Até meados do século XX, a história das nações não foi mais do que a história das conquistas e das derrotas e das sucessivas migrações dos povos a elas associadas. Querer negar que os europeus fizeram e fazem parte de África é o mesmo que negar que os mouros fizeram parte da história da Península ou que os negros de África fizeram, forçadamente, parte da história do Brasil. O que aconteceu, aconteceu porque foi inevitável e até natural, pelos padrões da época. Ser anticolonialista é perceber justamente que o que era natural e tido como legítimo dantes, deixou de o ser depois. Não é pretender ajustar contas com a História, perseguir os que ficaram para trás por amor à terra onde nasceram (e muitas vezes sem outra a que pudessem chamar sua) e transformar a independência conquistada a ferros numa oportunidade espúria para uma vingança fora de prazo, de que os povos autóctones acabam, a maior parte das vezes, por ser as maiores vítimas. Angola, por exemplo, onde estivemos 500 anos, é hoje muito mais abusada e explorada por franceses, americanos ou chineses e com a colaboração do regime local, do que o foi pelos portugueses durante esses cinco séculos. São anticolonialistas e ciosos da sua «independência» para tratarem e mal e de cima (de cima do petróleo) os portugueses; mas já não o são na hora de constituírem as célebres sociedades mistas com as mais gananciosas multinacionais do mundo, fazendo viver a «Grande Família» no mais indecoroso luxo e ostentação, enquanto o povo é tratado como sub-gente. Por aqui se vê como a História tem as costas largas e as verdades adquiridas se transformam tantas vezes em embustes sem pudor.

E há ocasiões assim, em que o desporto subitamente nos mostra que há povos que conseguem viver em paz na diversidade multiracial e em que cada comunidade se sente filha do mesmo país e orgulhosa por o honrar.

2 - Hermínio Loureiro completou um ano à frente da Liga de Clubes e foi um ano positivo, em que ele confirmou que vinha para mudar as coisas e trazer ar fresco e um ambiente mais saudável ao ar putrefacto em que se vivia. Não deixa de ser uma ironia reveladora pensar que o presidente do Benfica — auto-nomeado regenerador moral do futebol português — conseguiu a proeza de estar com a Liga e intimamente aliado com ela, quando lá estava Valentim Loureiro, em representação do que de pior o mundo do futebol tinha; e conseguiu estar contra a Liga assim que se ensaiou a sério a sua efectiva regeneração. Não sei se é o desejo de dar sempre nas vistas ou se é fruto de uma grande confusão, ingénua ou deliberada, sobre os fins que verdadeiramente pretende.

Entretanto, uma das inovações que Hermínio Loureiro trouxe foi a Taça da Liga, em moldes de disputa originais e semelhantes ao que várias vezes aqui defendi para a disputa da Taça de Portugal: essencialmente, as primeiras eliminatórias discutidas a uma mão no campo dos mais fracos, e as eliminatórias finais a duas mãos. Para além disso, a Taça da Liga visava preencher um défice de visibilidade e de rendimento financeiro para os clubes pequenos e um défice de competição para os grandes, a braços com plantéis de trinta jogadores, dos quais uma dúzia a fazer vida ociosa, sem aproveitamento algum. Todavia, o que se está a passar com os grandes entre os grandes, ameaça matar à nascença a nova competição. Os profissionais de «segunda linha» de FC Porto, Sporting e Benfica têm demonstrado uma falta de vontade e de sentido de responsabilidade — uma falta de profissionalismo — que é preocupante e ameaça tornar inútil e desprovida de sentido a competição. Julgo que no final desta primeira edição, o presidente da Liga vai ter que se reunir com todos e perguntar-lhes o que verdadeiramente querem: manter todos os seus profissionais em competição durante a época ou desistir de fazer ocupar os excedentários, deixando-os livres para essa vida ociosa de treino pela manhã, salão de tatuagens ou cabeleireiro da parte da tarde.

# jornal “A BOLA” de 2007.10.23

23 outubro, 2007

Entrevista 'exclusiva' com Alberto Babo

Nesta minha crónica de hoje, tenho o prazer de publicar uma entrevista (em exclusivo) que, muito simpaticamente, o Professor Alberto Babo me deu. Antes dessa publicação convém referir que este fim de semana se iniciou a Liga de Basquetebol e o Porto de Alberto Babo (técnico principal da equipa) ganhou no seu jogo de estreia por 68-61 ao Vagos. Os parabéns a esta figura já lendária do basquetebol azul e branco, um Portista dos sete costados que ainda na última Assembleia Geral do Clube lá estava. É presença habitual nos jogos decisivos das outras modalidades e até nos jogos das camadas jovens marca presença. Ao professor Babo, o meu agradecimento pela sua disponibilidade. É uma honra para o Lucho, e para o blog BIBÓ PORTO, CARAGO!, esta entrevista, em exclusivo, com um grande nome do FC Porto. As suas vitórias, Professor Babo, são também as nossas. Viva o FC Porto!!!


ENTREVISTA 'EXCLUSIVA'
Alberto Babo, treinador de Basquetebol do FC Porto

Lucho: Professor Alberto Babo, quais são os objectivos do FC Porto para as provas em curso (campeonato, taça de Portugal e taça da Liga)? a Ovarense é inacessível?

Alberto Babo: Começo por saudar em primeiro todos os portistas que irão ler esta entrevista nas crónicas do Lucho. Os nossos objectivos para a época são em primeiro lugar dar uma continuidade ao historial do nosso clube, que é muito rico e fazermos por merecer, sempre, perante todos aqueles que nos apoiam, que de facto temos condições de lutar por todas as provas nacionais em disputa, estar nelas, vencê-las, para fazermos jus ao lema do Clube "só faz sentido vencer". Em relação á Ovarense, nesta altura, esta equipa apresenta-se num patamar acima de todas as outras. Isto não significa que eles são invencíveis e que as outras equipas, onde nos incluímos, devemos prestar-lhes vassalagem. O tempo e o trabalho vai-nos dar a capacidade de irmos á procura da nossa excelência na perspectiva que puderemos, como na época passada, alcançá-los e derrotá-los.

Lucho: Na sua opinião, o ambiente vivido no Pavilhão de Matosinhos aproxima-se do que era vivido, em tempos idos, no «Américo de Sá»? Relembro um jogo da final do play off de 1996 em que o Porto perdia até aos últimos 4 minutos com o Benfica e na altura recordo que o Pavilhão parecia um vulcão levando a equipa à vitória (que triplo de Rui Santos...) no ano que acabamos com o jejum... O novo pavilhão (que em 2009 estará pronto) é uma mais valia?

Alberto Babo: Não há comparação possível. O Américo Sá era a nossa coroa. Era um espaço de grande afirmação clubistica. Era um espaço onde se respirava portismo. Era um espaço de grande capacidade de fazer campeões (todas as modalidades). Era um espaço que metia respeito. Era um espaço onde havia uma energia tão positiva que contagiava tudo e todos. Era um espaço que lembrava os vulcões sempre em evolução. Assim, e apesar de estarmos muito satisfeitos com as condições de trabalho que nos é proporcionado pelo Pavilhão dos Congressos de Matosinhos, não pode, como é evidente, fazer esquecer a nossa casa. Já lá vivemos noites e tardes de grandes alegrias e isso não pode ser, nem nunca o será, esquecido. O ano passado veio-me á lembrança os jogos disputados no Américo Sá, ambiente fantástico, fé clubistica, crença na sua equipa, apoio sem limites, e o Pavilhão de Matosinhos estava completamente, ou quase, lotado. O futuro CAIXA DRAGÃO, apesar de só poder ter cerca de 2.000 pessoas de capacidade, vai ser a NOSSA CASA. Aí vamos voltar a sentir o ambiente, o clubismo, o apoio diário dos sócios e simpatizantes que gostam de nós, que nos vão dar sempre apoio mesmo sem nunca nada receberem de troca a não ser a obrigação de os respeitarmos e oferecer-lhes as vitórias. Único prémio de nós lhes poderemos oferecer. Vai ser lindo, vai ter qualidade, vai oferecer a quem lá for, condições de trabalho e de conforto com a qualidade como a que o nosso Estádio do Dragão oferece. Fala-se muito que deveríamos ter um Pavilhão com mais capacidade, diria que sim, mas o espaço não existia e aquele que está disponível, vai ser, dentro do ambiente que envolve o nosso estádio uma verdadeira obra de arte.

Lucho: Os Americanos TJ, Gentry e Terrell têm a sua confiança absoluta? O que podemos esperar deles? Estive na Póvoa e gostei imenso do potencial do Morris, por isso sobre este nem o questiono.

Alberto Babo: Sobre os americanos, e eu muitas vezes brinco com a frase "são como os melões", só depois de abertos é que se sabe se são bons ou não. O que quero dizer, faz-se uma avaliação, vê-se muitos DVDs, pesquisa-se coisas sobre a vida desportiva deles, fala-se sempre com antigos treinadores desses jogadores e no fim faremos a nossa avaliação. O que acontece muitas vezes é que há coisas que não são vistas antes, como por exemplo lesões ou outras coisas como por exemplo: se reagem às pressões, se são sociáveis, etc. Quando contrato alguém, tem que ter sempre o meu aval. Sou o primeiro responsável pela contratação. Em relação ao TJ, veio rotulado de bom lançador, bom defensor e jogador de equipa. Esta há pouco tempo no nosso clube e como tal está a ser avaliado. Gentry, toda a gente o conhece, não está bem nesta altura, mas sabemos, pelo seu passado recente, que nos poderá vir a ajudar. Teremos que continuar a aguardar que ele venha a ser aquele jogador que há dois anos fez um brilhante campeonato. Terrel, bom defensor, ressaltador, sabe jogar basquetebol, direi que este atleta veio para fazer rotação com Gentry e Torrie Morris. Chegou esta semana, vamos avaliá-lo ainda melhor em competição.

Lucho: Acha que uma liga profissional sem o Benfica é viável? Depois de uma época de sucesso com audiências record na final entre Ovarense e Porto, acha justo que se desvalorize tanto esta nova Liga só porque o Benfica decidiu ir jogar para a segunda divisão? E tudo por causa de um caso de doping...

Alberto Babo: A liga é viável sem o Benfica. Agora direi: "se este clube estivesse, seria melhor. Quem não gosta de ganhar aos rivais?". Depois deste aparte, penso que não irá afectar a Liga, acho mesmo que vai haver grande competitividade a exemplo da ano 2006/2007. O doping foi na minha opinião um aproveitamento para que os seus responsáveis justificassem insucessos tidos ao longo da vivência da Liga Profissional de Basquetebol, sem sucesso.

Lucho: Costuma visitar alguns blogues, além do Portal dos Dragões? Já conhecia o nosso? O que acha de termos um dia por semana (3ª feira) para, em exclusivo, destacarmos as outras modalidades? Sente que na blogosfera Portista se fala excessivamente de futebol?

Alberto Babo: Não conhecia, fui alertado para estes blogues, leio e como qualquer portista, avalio, tiro conclusões, não comento, mas sei que este tipo de blogues só têm um pensamento, o falar da vida do nosso Clube. A ideia de uma vez por semana destacarem as modalidades saúda-se. Lemos os desportivos nacionais e o que lemos? futebol em cerca de 90% e o restante para as outras modalidades colectivas e individuais. Falar mais, dar a conhecer, entrevistar, poderão ser temas que os bloguistas estejam interessados.

Um abraço
Alberto Babo


Andebol: depois dos leões de Lisboa, seguiram-se os de Espinho...
1º ABC (19 pts, 7 jgs), 2º FC Porto (18 pts, 7 jgs), 3º Madeira (15 pts, 7 jgs)

O FC Porto venceu na deslocação a Espinho por 30-24, uma partida a que assisti pela Sporttv e em que a nossa equipa facilitou defensivamente na 1ª metade. Carlos Resende, ao intervalo, não deve ter sido muito simpático com os seus pupilos que na segunda metade acabaram, de vez, com a resistência Espinhense. Destaco Pedro Solha e Ricardo Moreira pela velocidade de execução no contra-ataque, Tiago Rocha pela eficácia aos 6 metros e Bosko que festejou o seu 22º aniversário com 3 golos. Os Dragões continuam isolados no 2º posto depois de na terça feira também terem ganho ao Sporting (27-23), vitória esta, que foi destacada num post à parte. Já o Benfica (depois de ter ganho ao ABC) perdeu pela 3ª vez nesta prova frente ao Isave depois das derrotas com S.Bernardo e Belenenses. Na próxima jornada o FCPorto folga e a 4 de Novembro recebe o Madeira SAD.

Basquetebol: estreia vitoriosa com um final de jogo intenso...
1º Ovarense (2 pts, 1 jg), 2º Barreirense (2 pts, 1 jg), 3º FC Porto (2 pts, 1 jg)

Começou o campeonato (LCB) e o FC Porto de Alberto Babo iniciou a competição com a mão direita vencendo o Vagos por 68-61, jogo disputado em S.Tirso por interdição do pavilhão de Matosinhos. Nesta partida Paulo Cunha, Gentry e Sobrinho foram as peças fundamentais para o sucesso do FCPorto, que esteve em risco até 2 minutos do final. Agora no próximo sábado (17h) o FCPorto desloca-se ao Ginásio Figueirense.

Hóquei em Patins: mudar aos 10 e acabar aos 20...
1º FC Porto (12 pts, 4 jgs), 2º Valongo (12 pts, 5 jgs), 3º Oliveirense (12 pts, 5 jgs)

Iniciou-se a Liga Europeia (nova denominação da Liga dos Campeões) com o FC Porto de Franklim Pais a golear, em casa, os Ingleses do Herne Bay por 20-1. Segui o jogo pela RTP2 e posso assegurar-vos que não me escapou um só golo. Gostei de alguns pormenores de André Azevedo enquanto o capitão Filipe Santos, Jorge Silva e Ricardo Figueira demonstravam estarem de pontaria bem afinada. O melhor marcador foi, no entanto, Caio que com 5 golos, alguns de bela execução, demonstrou estar cada vez mais integrado no plantel Portista. No outro jogo o Vic goleou o Prato por 8-0 e parece certo que o FCP terá nos Espanhóis o principal opositor na luta pela 1ª posição, a única que permite o apuramento para a final four. No campeonato o Benfica continua em maré negra (empatou em casa com o Ouriense 3-3) enquanto o FCP jogará esta noite às 22h do Continente no recinto dos Açorianos do Candelária (RTP Açores). Depois sábado (18h) há a recepção ao Portosantense.

Treinador da Semana: Carlos Resende
Jogador da Semana: Augusto Sobrinho

Para técnico da semana, escolho Carlos Resende que com duas vitórias alcançadas diante do Sporting CP e do SC Espinho, fez por merecer o prémio, aliás a vitória perante os leões foi acompanhada por uma grande exibição de toda a equipa de andebol do FC Porto, na 1ª metade da partida. Para jogador da semana, a escolha recai em Augusto Sobrinho (na foto) pelos 11 pontos apontados diante do Vagos, tendo mesmo sido decisivo para a vitória da equipa de basquetebol do FC Porto. Caio (hóquei) com 5 golos ao Herne Bay também poderia ter sido eleito, assim como Paulo Cunha (16 pontos), mas Sobrinho precisa de moral e eu acho que o miúdo vai conseguir afirmar-se esta época, num Porto que Alberto Babo ainda está a moldar...

E pronto, até para a semana.

Saudações azuis e brancas,
Lucho.

ps - não se esqueçam hoje, em limite, até às 19h15 (hora portuguesa), de refazerem as vossas equipas para esta 3ª jornada da fase de grupos do passatempo UEFA Fantasy Football.

22 outubro, 2007

Semana importante

A próxima semana afigura-se como muito importante, senão mesmo decisiva, para o futuro do FC Porto na edição deste ano da Liga dos Campeões Europeus.

Com 4 pontos em 2 jogos, os pupilos de Jesualdo Ferreira enfrentam no mítico Vélodrome, o vice-campeão francês da última temporada, o Marselha. Uma equipa que conta por vitórias os 2 jogos realizados na Champions deste ano mas que tem realizado uma péssima temporada a nível interno, sendo que neste momento se encontra num modesto 17º lugar com apenas 2 (!!) vitórias em 11 jogos realizados. Isto é bem a prova de que, muitas vezes, a campanha interna de uma equipa nada tem a ver com a campanha externa.

Dessa forma, é com enorme concentração, transpiração e um pouco mais de inspiração que o FC Porto tem de entrar no jogo da próxima 4ª feira em França até porque como está ordenado o grupo A neste momento, ou seja, Marselha em 1º com 6 pontos, FC Porto em 2º com 4 pontos e Liverpool com 1 ponto, torna-se necessário não perder mais de 2 pontos com o Marselha… depois da vitória dos franceses em Anfield Road, torna-se quase imperativo fazer 4 pontos com os franceses, na medida em que é pouco provável que o Liverpool não arrepie caminho e comece a ganhar jogos nesta edição da Liga dos Campeões.

Finalmente, gostaria aqui de fazer um pequeno exercício mental: imaginemos que a competição da “cerveja” disputada este fim-de-semana se tivesse disputado numa só mão (como a lógica mandaria…), qual seria então o grupo de equipas que se qualificaria para a fase de grupos e consequente apuramento para a final desta competição: Portimonense, Penafiel, Fátima e Setúbal… um grupo de equipas que certamente iria focar imensa atenção quer das televisões para transmissão de jogos, quer dos próprios patrocinadores desta competição… é por isto que volto a perguntar: para quê, porquê e com que objectivo foi criada uma competição dessas num futebol como o português?!?!

21 outubro, 2007

Será pedir muito…

Uma coisa é certa, se em sete jogos temos sete vitórias, mais não podemos exigir em termos de pontos. Mas… no que diz respeito às exibições, o FCP tem deixado muito a desejar.

Será que são os jogadores que não se empenham?
Os adversários que não estão à altura?
Ou a culpa será do treinador ?
Porque faz entrar o Jesualdo uma equipa que joga logo à partida para não perder?
Não deveria o mote do jogo ser “entrar para ganhar”?

Tenho saudades dos jogos à Porto… dos jogos que no final nos fazem valer a pena ter feito quilómetros para estar no estádio, de ficar até ao final para aplaudir a equipa, de regressar a casa com um sorriso e um orgulho imenso de pertencer a este Clube!

Quem não se lembra do jogo FC Porto x Lázio a 10 de Abril de 2003?

Posso garantir que foi o jogo da minha vida. O Estádio das Antas, não se compara em conforto ao do Dragão, mas naquele dia era o melhor sítio do Mundo. E apesar da chuva torrencial que se abateu sobre a cidade, não havia no final do jogo vontade de sair do Estádio… fiquei rouca durante uma semana, mas desse jogo não me esquecerei nunca.

E é dessa maneira que eu gostava de recordar todos os jogos do Porto, sejam eles para o Campeonato Nacional, sejam para as Competições Europeias.

Entretanto, que a sorte nos sorria em Marselha. Eu confio nesta equipa.

Para o campeonato, o próximo é em casa com o Leixões, que à partida é promessa de bom espectáculo, por ser um clube vizinho, e por terem uma claque animada.

Por isso, entrem em campo e joguem à Porto! Mostrem que sabem o privilégio de vestir tão nobre camisola e honrem o símbolo que têm ao peito!

Saudações Portistas,
Heliantia.

20 outubro, 2007

O famoso G-14

Pois bem, o nosso clube esteve representado na ultima reunião do G-14, há poucos dias atrás. O objectivo eram vários temas, mas o mais forte acabou por ser a possibilidade de os clubes passarem a receber uma compensação financeira por cederem os seus jogadores às selecções.

Paiva Brandão e Daniel Pereira foram os representantes portistas, nesta reunião que serviu de preparação para uma próxima a realizar dia 17 de Novembro, em Bruxelas, onde serão tomadas as decisões.

Ao longo das páginas que visitava a abordarem o assunto, uma coisa saltou-me à vista. Não faltavam artistas a falar do G-14 isto, do G-14 aquilo, que a, b e c não estão lá e deviam estar e mais não sei quê. Pois muito bem, aqui vão as "características" de quem está e faz parte do G-14.

O G-14 é uma organização dos clubes mais poderosos do futebol europeu. Foi fundado em 2000 pelos 14 principais clubes para formarem uma voz unificada nas negociações com a UEFA e a FIFA. Novos membros podem entrar apenas por convite. Em Agosto de 2002, mais 4 clubes entraram, tornando o número de membros em 18, mas a organização mantém o seu nome original.

Os clubes do G-14 estão presentes em 7 diferentes países, e ganharam cerca de 250 títulos de liga nacional, e ganharam a Liga dos Campeões em 40 das 50 temporadas.

A final da Liga dos Campeões de 2004 foi a primeira competição desde 1992 nas quais um dos finalistas não é membro do G-14; a final de 2004 ganha pelo membro Porto e um não-membro AS Monaco. Houve apenas 3 finais da Liga dos Campeões em que as duas equipas não são membros do G-14.

Já na outra grande competição de clubes da UEFA, a Copa da UEFA, 12 finais foram disputadas por não-membros. 2005 foi a primeira final desde 1989 a ser disputada por 2 não-membros - CSKA Moscow e Sporting Clube de Portugal.

Pois bem senhores aZiáticos, aí estão algumas das razões pelas quais os vossos clubes não fazem parte desta nobre e digna organização que zela pelos interesses dos outros clubes menos, digamos lá... vamos lá ver se encontro uma palavra que adjective bem a coisa, humm... bons!!

19 outubro, 2007

As mulheres e o futebol

Quando se relaciona mulheres e futebol, do que se espera que se fale em concreto? Muitos homens, e muitas mulheres também, provavelmente pensam que se fala de quem é o jogador mais bonito do futebol nacional e internacional ou qual é que tem as perninhas mais bem feitas! Pois bem, quando se relaciona mulheres e futebol, não é isso que se pensa, pelo menos do meu ponto de vista.

O futebol para mim e para mais alguns milhares de mulheres não são só uns homens ou mulheres a correrem atrás da bola. O futebol é um jogo, são emoções, são tácticas, são jogadas bonitas, é a adrenalina e tudo mais que se possa imaginar e que envolve o mundo do futebol.

Quando era mais nova e ia aos estádios não era frequente ver mulheres no futebol, quer dizer, haver havia, mas eram poucas. Os adeptos eram maioritariamente masculinos. Hoje em dia isso já não acontece, cada vez há mais mulheres que gostam de futebol e que se deslocam aos estádios.

É obvio que esta crescente feminina no mundo do futebol acontece sobretudo quando joga a selecção nacional, mas contudo há um enorme incremento do mundo feminino no seio do futebol.

Hoje em dia onde quer que vá ver ou festejar as vitórias do nosso clube vejo mais adeptas.

É bom sentir que as mulheres estão cada vez mais neste meio. Já não há aquele tabu de que o futebol é só para homens! Nada disso! O futebol é para todos.

É engraçado, e isso já aconteceu no Dragão, ver que as mulheres gritam mais e incentivam mais os jogadores do que os homens! Não quero, de todo, dizer que os homens não torcem pelo seu clube e não dão incentivo aos seus jogadores, mas as mulheres estão com mais garra. Lembrei-me do jogo da última jornada na época passada, FCP vs Desportivo das Aves, em que ganhamos 4-1 e fomos, mais uma vez, campeões nacionais, em que precisávamos mesmo de ganhar. O jogo estava muito mau e parecia que não havia incentivo da parte dos adeptos e estavam três raparigas atrás de mim e da minha irmã, que não se cansaram de gritar e de incentivar os jogadores. A elas juntei-me eu e a minha irmã. Parecia que não havia mais ninguém. A elas chamei mulheres de garra. Ainda com mais garra que eu! Só depois do primeiro golo do FCP é que os restantes adeptos acordaram. Elas não! Elas gritavam, insultavam, davam força. Era uma explosão de incentivos.

As mulheres vivem o futebol de maneira diferente dos homens. Vivem-no com mais intensidade. Com mais emoção. Com mais sentimento.

Muitos homens quando falam de futebol com uma mulher e estão a falar de foras de jogo, tácticas, faltas, entre outros, vão logo tentar explicar o que é um fora de jogo, o que é um 4-3-3, entre outras coisas. Mas muitas vezes ficam surpreendidos quando são elas a explicar o que são estas coisas todas. Acontece comigo quando falo de futebol. Falam comigo como que, como sendo mulher, não sei o que é um penalti, um livre, como se vê se é ou não um fora de jogo, entre outros casos. Mas depois surpreendem-se quando sei isso e muito mais!

Afinal as mulheres também sabem apreciar futebol e sabem o que é o futebol!

Sodani.

[nota do administrador] as fotos aqui reproduzidas, foram simpaticamente 'raptadas' sem a devida autorização das Super Queens, a ala feminina dos Super Dragões, que apesar do pedido formulado, não chegou a tempo e horas. Esperemos não estar a invadir a privacidade de 'ninguém'. Se estivermos, teremos que as retirar de imediato, apresentando desde já e em nome de toda a equipa de trabalho deste blog, as nossas desculpas pelo 'abuso'.

18 outubro, 2007

Fox Mulder, eu?

Goleámos o Cazaquistão. É a mais pura das verdades. Um adversário incómodo, que Scolari definiu como "mais difícil" que o Azerbeijão, deixando-nos a todos apreensivos com o potencial cazaque. E viu-se, no bem tratado relvado da capital desse colosso mundial, que as sábias palavras do brasileiro que comanda os destinos da Selecção das quinas tinham toda a legitimidade. O jogo serviu também para provar quão equivocados andam aqueles que debitam elogios atrás de elogios a Quaresma. Não vi o jogo, esclareço desde já. Pertenço aquela classe trabalhadora que a essa hora tinha que cumprir com os seus deveres profissionais. Mas, fazendo fé nas palavras trazidas pelas ondas hertzianas [hoje deu-me para floreados gramaticais] da TSF, o Mustang não joga nada. Nadinha. Se a isso juntarmos os relatos online dos jornais desportivos, chegamos a uma conclusão: Quaresma foi o pior jogador de sempre a pisar o já referido relvado da cidade cazaque.

Claro que, nestas análises impolutas, não interessa a cor clubista do génio portista. Nada disso. Nem esses lúcidos jornalistas são movidos por sentimentos mesquinhos em relação ao ciganito. Nãooooooooooooooo.

Tal como na vida, o futebol também encerra algumas lições de moral. E foi mesmo o pior jogador sempre a pisar o relvado da cidade cazaque que fez o cruzamento para o golo inaugural. Coisa pouca, dirão os seus detractores. Talvez sim, permito-me duvidar. Fosse o cruzamento desse portento de técnica e classe, idolatrado neste cantinho à beira-mar plantado, carinhosamente apelidado de "maestro" pelos mesmo lúcidos jornalistas, e teríamos milhares de prazeirosos encómios nas páginas dos jornais, tornando mítico o cruzamento que colocou Portugal mais perto do desejado apuramento. A tónica do discurso versaria sobre a argúcia felina de Rui Costa, a capacidade técnica acima da média, a classe feita movimento, etc e tal...

Tenho um colega de trabalho [bom moço, mas com a infelicidade de ter nascido benfiquista] que acha que isto é a minha mania de perseguição a falar. Já lhe disse que não. Ele insistiu. Eu defendi-me como pude. Ele finalizou a conversa a chamar-me Fox Mulder. Eu ripostei com um "foda-se, isso não". É uma personagem e tanto, o Fox Mulder, tirando o facto de ter demorado uma eternidade [para aí umas 6 temporadas] a ter sexo com a Dana Scully [espero que já tenham percebido que isto são referências aos Ficheiros Secretos] e passar a vida com fantasiosas teorias da conspiração.

E eu não tenho a mania da perseguição. Quaresma fez dois golos contra o Braga. Decisivo, num resultado de 2-1, frente a um adversário incómodo. A Bola, esse jornal feito por benfiquistas e para benfiquistas, atribuiu a generosa pontuação de 8. Na mesma jornada, Rui Costa, no jogo contra o Leixões, que se saldou por um banalíssimo empate, levou a mesma nota. Um generoso 8. Se tivermos em conta que o benfiquista que mais tempo passou sentado no banco do Milão nada fez de relevante nessa partida, temos bem a percepção de quão "justas" são as apreciações jornaleiras, quando se compara um atleta azul e branco com outro qualquer. Fox Mulder, eu?

Quaresma jogou mal. Deve ter sido o único, na goleada portuguesa sobre o Cazaquistão. Mas fez o centro para o golo inaugural, marcado pelo indígena Makukula. E não infiram nenhum termo xenófobo no adjectivo indígena. Ele pretende dizer "nado e criado". Sim, porque os pais de Makulula estiveram indecisos entre os seguintes nomes: Joaquim, José, Luís ou João. Mas a mãe, enlevada pelo seu novo rebento, num assomo de inspiração, gritou: "vamos chamar-lhe Ariza Makukula". E Ariza Makukula ficou. O mesmo Ariza que preferia, segundo palavras do próprio, jogar pelo seu Congo natal, impedido apenas pela FIFA na sua pretensão.

Por onde andam aqueles nacionalistas puritanos, que gritavam exacerbados contra a presença de Deco na equipa de todos nós? Ou os mesmos que gritavam blasfémias contra a convocação de Pepe? Será um racismo apenas virado para as terras de Santa Cruz? É que estive a reler a imprensa nos últimos meses [sim, eu tenho uns arquivos dignos de qualquer biblioteca nacional] e não vi nenhum prurido contra Obikwelo, Nelson Évora, Nelson [o lateral-direito rosinha] ou os argentinos que defenderam as quinas lusas no mundial de rugby. E eu, nesta minha mania da perseguição, pus-me a pensar: será que é pelo facto de Deco e Pepe terem envergado o manto sagrado do Porto? Nãoooooooooooooooooooooooooo. Fox Mulder, eu?